Empresas se unem para dificultar ação de corruptos e corruptores

Ideia é reduzir ao máximo o risco de se incorrer na Lei Anticorrupção

Motivadas pela crescente demanda da sociedade por transparência e o surgimento de regras mais rígidas regulando as relações entre poder público e iniciativa privada, as paulistanas MAP Auditores Independentes e ME Meinberg firmaram acordo com o objetivo de aplicar em conjunto uma metodologia capaz de avaliar modelos e procedimentos de compliance utilizados por governos e suas respectivas cadeias de fornecimento.

 

A MAP está no mercado desde 1998, prestando serviços de auditoria e consultoria fiscal e financeira em empresas nacionais e internacionais, sendo desde 2010 integrante da CPAAI, associação de auditores com 154 membros em 65 países.

 

Fundada em 2004, a ME Meinberg atua no segmento de consultoria de governança corporativa, com foco primordial nas prestadoras de serviços financeiros e de TI.

 

“A ideia dessa união de forças é atender o mercado com uma gama de procedimentos preventivos para minimizar a possibilidade de punição às empresas segundo a Lei nº 12.846/2013, pois uma parcela considerável delas ainda não adotou instrumentos efetivos contra a exposição ao risco fiscal”, explica Marco Antonio Papini, sócio-diretor da MAP.

 

De acordo com o executivo, a nova área nasce contando com 40 consultores, distribuídos entre São Paulo e Rio de Janeiro, especializados em detectar indícios de corrupção em curso, bem como possíveis pontos vulneráveis para a futura ação de colaboradores corruptos e seus eventuais corruptores ligados à administração pública, cujos atos agora poderão ser desastrosos, frente à impossibilidade trazida pela Lei Anticorrupção de as empresas envolvidas nessas ocorrências se eximirem de culpa por ausência de dolo.

 

Segundo o sócio-diretor da ME Meinberg, Marcos Meinberg, o recém-criado departamento fará um pente-fino nos clientes, com o objetivo de auferir se já possuem um modelo de compliance estabelecido, se este sistema precisa de aprimoramento ou então se vai ser necessário começar do zero.

 

Para Papini, o fato de a sua empresa ser uma das associadas no Brasil da CPAAI, possibilitará também que o serviço chegue em médio prazo ao mercado internacional, tomando como ponto de partida os vizinhos sul-americanos.

 

“Embora cada país tenha suas características próprias, o funcionamento das empresas e dos governos é bastante similar”, justifica o auditor, que em 2013 assumiu a vice-presidência da CPAAI Latin America, braço da CPA Associates International (CPAAI).

Jornalista responsável: Wagner Fonseca – Mtb 15155