Administrando o Trabalho
Muitos cargos fabris de alta remuneração foram substituídos por equipamento automatizado
Muitos cargos fabris de alta remuneração foram substituídos por equipamento automatizado, reestruturados em cargos que exigem maiores habilidades técnicas, ou migraram para outros países onde a mão-de-obra é mais barata. O resultado é uma força de trabalho bimodal : trabalhadores de pouca qualificação que recebem salário mínimo e trabalhadores altamente qualificados e bem remunerados, os técnicos ou profissionais especialistas.
Os trabalhadores com pouca qualificação se defrontam com baixos salários, carreiras limitadas e reduzido poder de barganha com os empregadores. Os de alta qualificação têm perspectivas de obter segurança financeira e oportunidades de avanço na carreira. A reengenharia, a redução de quadros de pessoal, a terceirização e a extinção de cargos esvaziaram o contrato informal de lealdade outrora existente entre trabalhadores e empregadores e o substituíram por um “novo acordo”.
Os empregadores não fazem nenhuma promessa aos trabalhadores, exceto a do emprego enquanto sua contribuição para a meta da organização exceder seu custo. Os trabalhadores reordenaram suas lealdades da seguinte forma: primeiro, para suas equipes ou projetos; segundo, para suas profissões e, terceiro, para seus empregadores.
Hoje, eles têm o direito de exigir trabalho interessante acompanhado de liberdade e recursos para sua boa execução, remuneração com base no desempenho e oportunidades para aprender habilidades que aumentem seu valor no mercado. Contudo, eles são responsáveis por suas próprias carreiras. A informática encurtou o ciclo de vida dos produtos, o conhecimento e as habilidades relativa ao trabalho.
Os trabalhadores mudarão de carreira três a quatro vezes em suas vidas profissionais. Fazer isso exigirá que aprendam novas habilidades. Dessa forma, eles precisam assumir responsabilidade por suas carreiras e encarar o aprendizado como um processo para a vida toda. O trabalho em equipe pode ser um desafio para trabalhadores que cresceram em culturas que incentivam a realização individual.
As habilidades de comunicação contribuem para o sucesso de equipes de alto desempenho: habilidades para resolver problemas, para tomar decisões em grupo e habilidades interpessoais, como as de escutar atentamente e solucionar conflitos.
Robson Paniago é doutor em Ciências Empresariais pela Universidad Del Museo Social Argentino, mestre em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, especialista em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – SP e Graduado em Administração pela Universidade São Marcos – SP. Atualmente é professor da IBE-FGV.
robson.paniago@fgv.br