Conheça os três impactos no mercado com a chegada do Real Digital
Especialista aponta que moeda digital do BC será opção às criptomoedas, trará a inclusão financeira e bancos vão atuar como intermediários
O Banco Central deve iniciar nas próximas semanas a etapa de testes de uma versão piloto do projeto Real Digital. Trata-se de uma fase inicial da versão eletrônica da moeda brasileira, que poderá entrar em circulação ainda no próximo ano. No total, 14 instituições financeiras estarão presentes nesse piloto.
Entre os bancos que estarão nessa etapa, destacam-se os mais tradicionais, como o Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil. Na lista, também estão as instituições digitais – Nubank, Banco BV e BTG.
Participam ainda outras empresas bastante conhecidas do setor financeira por meio de consórcios, como é o caso da TecBan (operadora do Banco 24 Horas). Além disso, estão nesse contexto as parcerias de algumas cooperativas, (Sicoob e Sicredi), fora outros bancos (Santander) e operadoras de cartão (Visa).
Em nota, o BC informou que a fase piloto vai incluir testes para medir a privacidade, o funcionamento dos programas de serviço da futura moeda digital e a interoperabilidade entre as instituições.
“Teremos menos custos no processo bancário como um todo. Por outro lado, o nível de bancarização já vem crescendo através de fintechs e dos novos players de mercado e a moeda digital deve estimular isso ainda mais”, avalia Ruy Rede, CEO da BTTECH - lawtech com soluções para o setor jurídico e financeiro.
Para o especialista, que tem forte atuação no setor financeiro, a chegada do Real Digital trará três impactos no mercado brasileiro. Confira:
Opção às criptomoedas
Na avaliação do CEO da BTTECH, a implantação da moeda digital brasileira poderá ser uma via interessante para investidores e correntistas que não confiam nas criptomoedas presentes no mercado atual. Nesse caso, o Real Digital entra no mercado como uma StableCoins, que preveem a existência de um lastro para transações.
“Uma moeda regulada pelo BC mantém esses fatores de confiabilidade de forma significativa. A existência de um banco é baseada em credibilidade e informação e, como consequência, mais segurança”, ressalta.
Inclusão financeira
A chegada da moeda eletrônica regulada pelo Banco Central trará um potencial aumento da inclusão financeira, a exemplo do que já acontece em relação com as fintechs, aponta Ruy Rede. Isso será possível porque o sistema vai possibilitar uma anonimização – preservação das informações privadas – similar ao uso da moeda em espécie.
“O Brasil já tem tradição em transformações tecnológicas no setor bancário. Já precisamos trocar a moeda da noite para o dia em diversos planos econômicos. O novo sistema poderá melhorar ainda mais a troca de informações financeiras”, analisa o especialista.
Bancos como intermediários
O projeto piloto do BC demonstra que os bancos permanecerão como intermediários das transações da moeda digital, ressalta o CEO da BTTECH. Através desse trabalho, a expectativa é de que as instituições emitam tokens referentes aos depósitos bancários, obtidos diretamente na autoridade monetária.
Ou seja, será uma representação digital de ativos reais com valor comercial. “Isso acontece porque os bancos foram os primeiros a levar a experiência da tecnologia para a ponta dos dedos dos clientes, o que permite a inclusão digital há muitas décadas. As máquinas de autoatendimento são um exemplo disso seguidas pela conexão via computador e o Internet banking. Essas instituições financeiras têm tradição em investir fortemente na evolução tecnológica do setor bancário”, completa.
Sobre a fonte
Ruy Rede é engenheiro eletrônico, pós-graduado em marketing, especialista em Compliance, privacidade de dados, inovação tecnológica e automação e CEO da BTTECH, lawtech com soluções para o setor Jurídico.
Sobre a BTTECH
A BTTECH é uma lawtech fundada pelos mesmos sócios do BTLAW, escritório com mais de 70 anos de atuação. Criada com o objetivo de oferecer ferramentas digitais que facilitem o dia a dia das empresas, com menos papel e mais tecnologia, a startup une a expertise jurídica do escritório com a de desenvolvedores de softwares.
Dentre os produtos, o BTDOCS, um software de gestão de contratos; o BTCORP (solução para publicação das informações exigidas pela Lei das S.A. na internet) e o OPEN BANKING (infraestrutura pronta que simplifica a implantação da operação de Open Finance nas instituições, segundo as regras da LGPD e do Banco Central).
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