Fraude no e-commerce: como evitar que seu negócio seja atingido
O comércio eletrônico vem crescendo significativamente nos últimos anos, proporcionando aos consumidores uma forma mais prática e fácil de adquirir produtos e serviços
O comércio eletrônico vem crescendo significativamente nos últimos anos, proporcionando aos consumidores uma forma mais prática e fácil de adquirir produtos e serviços. Entretanto, com esse crescimento também houve um aumento significativo em fraude no e-commerce.
Segundo pesquisa da Banklesstimes, 74% dos consumidores de todo o mundo foram vítimas de algum golpe online. Essas fraudes são negativas para os e-commerces, pois podem gerar prejuízos financeiros e afetar a reputação das empresas.
A fraude no e-commerce pode ter um impacto significativo nos negócios B2B, causando prejuízos financeiros e danos à reputação da empresa. É preciso conhecer medidas eficazes que podem ajudar os gerentes e analistas financeiros de e-commerces a protegerem suas empresas de fraudes online.
1. Melhorar o onboarding
O onboarding de clientes é o cadastro e verificação de novos clientes em um e-commerce para garantir que os documentos utilizados para compra são, de fato, da pessoa que está realizando a compra.
Durante o processo, são solicitadas informações pessoais e financeiras, que são verificadas para evitar fraudes. Um onboarding bem-feito protege a empresa contra prejuízos financeiros e melhora a experiência do cliente.
Por outro lado, não ter um bom processo de onboarding pode resultar em compras fraudulentas e danos à reputação da empresa. Por isso, melhorar o onboarding é essencial para evitar fraudes no e-commerce.
2. Usar a inteligência de dados
A inteligência de dados é a tecnologia que coleta, analisa e interpreta grandes volumes de dados para obter insights valiosos. No e-commerce, a inteligência de dados pode ser usada para identificar padrões de compra e comportamentos do cliente, ajudando a detectar e prevenir fraudes.
3. Diminuir o chargeback
Chargeback é uma ocorrência em que o cliente solicita o cancelamento de uma compra diretamente com a operadora do cartão de crédito. Tal ocorrência pode causar impactos na reputação do e-commerce, já que, se a operadora do cartão fez o cancelamento da compra, é bem provável que tal compra tenha sido contestada pelo titular desse cartão.
Várias compras realizadas por uma mesma pessoa com cartões de crédito diferentes, por exemplo, pode ser um sinal de alerta de fraude. Para diminuir o risco de chargeback, é essencial que as empresas de e-commerce busquem todas as informações possíveis que comprovem que o cartão utilizado é da pessoa que está fazendo a compra. Assim, medidas como a verificação de dados do cliente, confirmação de endereço de entrega e adoção de sistemas antifraude são aliadas nessa etapa.
4. Ter sistemas antifraude
Um sistema antifraude é uma solução tecnológica que ajuda as empresas a prevenirem fraudes em suas transações de e-commerce. Ele analisa informações como dados de compras anteriores, endereço IP do cliente e informações de cartão de crédito para sinalizar transações potencialmente fraudulentas.
Ter um sistema antifraude eficiente é importante para evitar prejuízos financeiros e proteger a reputação do negócio.
Validação cadastral
A validação cadastral é um recurso utilizado em sistemas antifraude, que tem como objetivo verificar se as informações cadastrais fornecidas pelo cliente são verdadeiras. Ela serve para garantir que o comprador é uma pessoa real e não um fraudador usando informações falsas. Ela é essencial porque diminui os riscos de fraude, já que a maioria dessas transações ocorre com informações cadastrais inválidas ou roubadas. Ao validar os dados do comprador, o sistema antifraude pode identificar possíveis fraudes com mais facilidade e eficiência.
Validação de cartão em compras não presenciais
Já a validação de cartão em compras não presenciais é um recurso utilizado em sistemas antifraude para verificar se o cartão de crédito utilizado na compra é válido e pertence ao comprador.
Ela serve para garantir que o comprador é o titular legítimo do cartão de crédito e que a compra é autorizada. Essa etapa é importante porque diminui os riscos de fraude, já que muitas ocorrem com cartões roubados ou clonados.
Assim, com a validação do cartão de crédito, o sistema antifraude pode identificar se o titular e o comprador são a mesma pessoa e, com isso, minimizar as chances de fraudes.
5. Ter uma base antifraude compartilhada
Essa é uma medida bastante importante para evitar fraudes no e-commerce. Isso significa que empresas podem compartilhar informações sobre transações suspeitas ou fraudulentas, o que ajuda a identificar e prevenir fraudes em outras empresas.
Isso é importante porque, ao compartilhar informações, é possível criar uma rede de proteção mais eficiente e confiável, ajudando a reduzir o risco de fraude para todas as empresas envolvidas.
Exemplos de fraudes no e-commerce para ficar de olho
A fraude no comércio pode causar grandes prejuízos financeiros para empresas de todos os tamanhos. Algumas das modalidades mais comuns incluem a fraude de cartão de crédito roubado, a de interceptação e a de teste de cartão.
A fraude de cartão de crédito roubado ocorre quando as informações do cartão são compradas na dark web e os produtos são enviados para agentes de frete para evitar a identificação do comprador.
Já na fraude de interceptação, os golpistas usam cartões de crédito roubados para comprar em lojas online, mas interceptam o pacote antes de ser entregue.
A fraude de teste de cartão, por sua vez, é um golpe complexo que testa a validade de um número de cartão de crédito.
Os golpistas usam sites que revelam uma resposta diferente para cada tipo de declínio e tentam encontrar a data de vencimento do cartão para realizar as transações.
Essas fraudes parecem difíceis de evitar no e-commerce, mas as empresas podem implementar medidas de segurança, como a verificação de endereços de entrega e a autenticação de dois fatores, para ajudar a proteger suas transações comerciais.
* Danilo Coelho é Diretor de Dados e Analytcis da Quod. Formado em estatística pela USP, com mestrado na mesma instituição. Foi diretor de crédito e cobrança do Banco Inter, head de CRM e Data Science no Banco BV, além de diversas posições de liderança no HSBC, Itaú-Unibanco e Bradesco.